quarta-feira, outubro 07, 2009

A cura do ciúme

Neurocientistas descobrem que o sentimento ativa os mesmos circuitos cerebrais que uma dor de dente; isso abre a possibilidade de um dia resolvermos as desilusões amorosas pingando um simples remedinho.

Parecia um final de semana perfeito. Numa sexta-feira fria, atendendo a um convite da amante, um homem de 36 anos, foi escondido até um motel. Assim que chegou, a amante, 48 anos, abriu a porta e o casal deu início aos seus já conhecidos joguinhos sexuais. Deixou que ela o vendasse e o amarrasse na cama.

Depois de checar se os nós estavam devidamente apertados, ela soltou um grito. Era o sinal para que sua irmã, a mulher do homem e outra amante, entrassem no quarto para dar uma lição no marido e amante traidor. A aula terminou com o homem coberto de hematomas e com o pênis colado à barriga.

Ninguém sabe do que uma pessoa é capaz quando sente ciúme. A dúvida aumenta quando são quatro mulheres que se sentem traídas , mas a neurociência identificou quais circuitos cerebrais são ativados pelo "monstro de olhos verdes" (da expressão inglesa "green-eyed monster", descrita por Shakespeare em Otelo.

Como no caso das dores físicas, descobertas desse tipo inspiram a criação de vários remédios e tratamentos. Assim, quem estuda o assunto afirma que chegará o dia em que uma pílula vai poder evitar que pessoas percam noites de sono em soluçados prantos ou danifiquem partes preciosas de seus corpos em quartos de motel.

Um a pesquisa publicada pelo Instituto Nacional de Ciências Radiológicas do Japão na edição de fevereiro da revista Science mostrou que sentir inveja de uma pessoa - sentimento sempre associado ao ciúme - faz funcionar com mais intensidade o córtex anterior cingulado (CAC), mesma área que está mais ativa quando sentimos dores físicas.

A pesquisa juntou voluntários para analisar perfis de outras pessoas. Quando um deles possuía mais posses materiais ou maior status social, o CAC dos demais começava a trabalhar a todo vapor.

"Inveja e ciúme são literalmente emoções dolorosas", diz o lider da pesquisa, Hideko Takahashi.

Apesar de ter objetivos diferentes, um estudo americano chega ao mesmo diagnóstico.

Assim, os cientistas descobriram aquilo que os poetas e boêmios já sabem há séculos : amar dói. A vantagem é que agora a neurociência consegue provar que a rejeição social traz um sofrimento psicológico que se assemelha, pelo menos no cérebro, ao físico. E, já que dá para aplacar uma dor real com medicamentos, pesquisadores apostam que será possível exterminar os efeitos de uma desilusão amorosa com remédios.

(Fonte : Site InfoWebsNews)

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