segunda-feira, abril 28, 2008

Campanha CLAUDIA anti-reclamação

Campanha CLAUDIA anti-reclamação


Está lançado o desafio: você consegue ficar um dia inteiro sem reclamar? E depois outro, e mais outro? Não vale nem se queixar do trânsito ou do seu chefe. Se sair vitorioso, a sorte é só sua. Vai sobrar fôlego para resolver os problemas do cotidiano e ser feliz .


Repare: quando alguém quer puxar papo no elevador, logo solta uma reclamação sobre o tempo. Faça chuva ou faça sol, ele é o alvo preferido dos reclamões. Ok! Uma vez ou outra, para estabelecer um contato social, vá lá... Mas, por favor, não progrida nessa batida.


Não que você não tenha razões suficientes para se lamentar (o trânsito, os impostos, a violência urbana, o chefe...), mas resista.


"O ato de reclamar interfere negativamente no comportamento e na emoção das pessoas. Interrompe a produtividade, a motivação e o bem-estar. Enfim, é uma forma de não avançar", avalia Maila Flesch, psicóloga e analista transacional (trabalho terapêutico focado na análise da comunicação).


E, o que é pior, vicia! "Chamamos de compulsão de repetição. É um hábito negativo que se torna crônico. A pessoa não consegue enxergar formas diferentes de se comportar, retorna sempre a essa postura, muitas vezes sem perceber", pondera Suely Nassif, psicoterapeuta e neuropsicóloga.


É um engano achar que, diante das dificuldades, a lamentação seja natural. De acordo com Maila, pode ser sinal de que algo está errado -não no mundo, mas dentro de você. "Reclamar é reflexo de uma realidade interna. Quando se tem uma imagem negativa de si mesmo, do outro ou da vida,torna-se mais suscetível a esse tipo de comportamento", esclarece.


Será que é sempre patológico? Não. Para Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (Isma-BR) e psicóloga especializada em stress,"se a reclamação é pontual, justificável e não se prolonga, indica umareação saudável. Porém, se for acompanhada de explosão de cólera ou emoções muito intensas, desproporcionais ao estímulo, pode ser sintoma de frustração".


Na opinião dela, 99% dos queixosos insistentes estão pedindo ajuda, mas sem verbalizar isso da melhor forma.Ação contra a lamentação Hora de assumir o controle - ou seja, de parar de reclamar e agir. Se for impossível resolver de imediato o problema (como uma crise no casamento ou no trabalho), é importante buscar auxílio para poder tocar a vida até tomar uma decisão definitiva.


A ação é o pulo do gato, porque o hábito de reclamar está associado à passividade de quem não se responsabiliza pela própria vida. Comece se perguntando: qual é a insatisfação que está por trás de tantas lamentações? Eu aceito carregar essa frustração pelos próximos anos? Em caso negativo, é preciso conectar-se com a vontade real de mudar e criar novos modos de viver.


Muitas vezes, reclamar é apenas o início de um processo de mudança", explica a psicóloga Ana Maria Rossi. Se a queixa aponta para o que deve ser transformado para alcançar a realização pessoal, ótimo, pois aí não é uma bobagem, e sim o reconhecimento de uma dificuldade a ser superada.


"Compartilhar o problema é válido, alivia o desamparo, mas desde que não se crie a esperança de ouvir uma solução mágica da boca do outro", comenta Silvana Rabello, psicanalista e professora do curso depsicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Como a tal mágica não irá acontecer, resta encarar a questão com objetividade.


Questão de estilo - Há dois tipos principais de queixosos, um que ataca e outro que recua.Identifique os ganhos ilusórios que sustentam essas condutas e tente desarmá-las - estejam elas nos outros ou em você . A vítima Passiva, faz o estilo coitadinha, aquela que sempre vence na competição do"quem é a pior" (pode ser a mais doente, a mais sacrificada, a mais azarada etc).


FALSAS VANTAGENS - No papel da pobre injustiçada, ganha-se a condescendência -as falhas serão perdoadas, pois a vítima já sofre demais para ser questionada.


COMO LIDAR COM OS OUTROS - Não entre na competição, não tente ser mais"desgraçada" do que a vítima. Surpreenda-a com elogios e simpatia. Atenção,não se abale com a lista de tragédias dela e não lhe dê a piedade que ela pede. Ajude-a a entrar em outro patamar.


COMO LIDAR COM VOCÊ - Saia já desse lugar! Nunca mais se contente com a pena alheia - é melhor ir atrás de amor e admiração. E também de uma boa terapia. A perseguidora é uma farejadora de erros. Não consegue aceitar os próprios defeitos, porisso projeta-os nos outros e acusa.


FALSAS VANTAGENS - Sente-se reconfortada em denunciar a falha alheia,confirmando para si que não é a única que erra. Adota uma postura de superioridade inatingível, que esconde as fraquezas que lhe causam dor.


COMO LIDAR COM OS OUTROS.- Conte suas trapalhadas. e seus defeitos mais engraçados. Assim, ela verá que é possível rir do assunto. Se ela, com muito esforço, chegar a lhe contar algum deslize, seja acolhedora.


Se for você nunca admitirá publicamente. No entanto, lhe faria bem perceber que você precisa é de carícias, não de críticas. Trate suas dores.Experimente ser gentil com os outros e receberá o mesmo em troca. Cansei de ser chata "Tive uma fase em que eu reclamava de tudo e de todos. Filhos, casa,compromissos, festas...


Meu marido me chamava de reclamona, me afastei dos amigos e até minha mãe dizia que eu estava perdendo o brilho. Na época, não entendia o que estava acontecendo, mas hoje vejo com clareza. Foi um período em que abdiquei dos meus interesses para acompanhar meu marido nas viagens profissionais. Moramos nos Estados Unidos e no Uruguai. Minha vida de mãe edona-de-casa virou um tédio.


Deixei de investir em mim, não sabia mais o que era prazer. Resumindo: minha história tinha tomado um rumo incompatível comigo. Sou ativa e comunicativa, sempre trabalhei. De repente, virei uma rabugenta. Sabia que tinha que mudar e batalhei por isso. Só quando retomei minha vida profissional, fiz novos amigos e cuidei da minha espiritualidade,voltei a gostar de mim. Às vezes tenho uma recaída, mas me policio. Osegredo é manter um dia-a-dia estimulante, aí as queixas perdem o sentido.


ELIETE BARBOSA, 45 ANOS, PUBLICITÁRIA - Largue o vício. Identifique as situações de risco: o contato com circunstâncias que aaborrecem ou o encontro com pessoas com as quais você desabafa podem causar recaídas.. Tente interromper as reclamações assim que iniciar seu discurso. No início, só vai perceber que protestou depois que já falou. Seja tolerante com você mesma e persista.. Anote aquilo que a incomoda. Analise se você pode mudar isso ou pelo menos amenizar o desconforto. Se for possível, faça-o; senão, reclamar só vai deixar o fardo mais pesado.. Pense antes de reagir.


Na fila do restaurante, por exemplo, a opção é sua: em vez de espernear, pode pedir um aperitivo no balcão ou ir para outro lugar. O lema é suavizar e contornar, jamais piorar a situação.. Observe como as pessoas otimistas e bem-humoradas reagem diante de circunstâncias desagradáveis. Tente aprender com elas..


Cultive a gratidão pelas coisas boas. Reverencie o melhor e a abundância em vez de se concentrar no pior e na falta.. Seja mais generosa na avaliação de si mesma e dos outros.Indignação, sim, com elegância. Nossa campanha visa combater a queixa vazia. Mas, diante de injustiças, énecessário se expressar, como ensina o escritor Pedro Antonio de Oliveira,criador do blog <http://falomesmo.uniblog.com.br>.


Seja espirituosa e criativa ao dar o seu recado. E respeite os outros.Elegância, sim. Chatice, nunca.. Não dê piti. Cuidado, isso alivia, mas também causa culpa econstrangimento.. Use a internet. Sempre que possível, queixe-se via web. Assim, você denuncia abusos, questiona a competência de um serviço e escapa das reações violentas.O efeito da mania de reclamação na sua vida profissional . Pesquisa indica que os pessimistas são muitos no Brasil e que reclamar estaciona a pessoa no problema .


Pesquisa realizada pela Isma (International Stress Management Association),com 1200 pessoas, revela que 27% dos trabalhadores têm atitude pessimista no trabalho. E uma das maneiras mais comuns de manifestar esse derrotismo é reclamando. "Nem todo pessimista é reclamão, mas todo reclamão é um pessimista", opina Ana Maria Rossi, psicóloga com especialização em estresse e presidente da Isma-BR.


Isso não quer dizer que esses 27% de insatisfeitos vivem situações especialmente difíceis. Mas indica que eles têm um olhar direcionado para o problema. "Essas pessoas perdem a noção do todo e sefocam apenas no negativo tornando as circunstâncias mais difíceis", explicaAna Maria.


Para começar a mudar, o primeiro passo é se conscientizar do excesso de reclamações diárias. Depois, é preciso coragem para se questionar. Comececom perguntinhas básicas, mas com o compromisso de ser 100% sincera naresposta. Preparada? Então vamos lá:. Você está satisfeita com você mesma?. Tem orgulho da sua postura profissional?. Sente que aproveita bem as oportunidades que a vida lhe oferece?. Acha que é possível melhorar a sua qualidade de vida reclamando?Se a reclamação não está ajudando-a a identificar o que há de errado,impulsionando-a a evoluir, é hora de romper com esse ciclo"quanto-mais-reclamo-mais-me-sinto-frustrada" e partir para ação. Quer umexemplo?


Veja o depoimento de quem parou de reclamar e transformou a própria vida.Depoimento : Meu caminho era outro "Sou advogada e trabalhei por um tempo em uma empresa multinacional. A minha rotina era pesada, me sentia sempre cansada e ficava doente com freqüência.Isso me fazia reclamar da vida. Achava que tudo era culpa do trabalho e metornei uma profissional insatisfeita e pessimista. Um dia, eu mesma me senti sufocada com tanta reclamação e resolvi me demitir. Foi a melhor coisa quefiz. Eu queria mudar, e o ato de reclamar era um pedido para que eu alterasse a rota. Hoje, tenho um escritório e trabalho quase o dobro das horas que trabalhava antes, porém, com mais prazer e disposição. Parei de reclamar e confesso que me sinto mais leve e renovada".Ana Cristina Gomes, 36 anos, advogada

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