segunda-feira, julho 21, 2008

Pesquisa mostra que fome pode trazer felicidade...

Ao contrário da principal queixa de quem está de dieta, sentir fome pode deixar as pessoas felizes, segundo pesquisa publicada no site Live Science.Isto se deve ao fato de que a fome é uma grande motivadora evolutiva cuja intenção, no passado, era ajudar a encontrar o jantar ao invés de se tornaro jantar.

Quando os nossos corpos avisam que precisamos de mais calorias, os níveis de um hormônio chamado ghrelin aumentam. Ghrelin é conhecido por impulsionar a fome, mas novas pesquisas sugerem que este pode ser um efeito colateral da sua principal tarefa que é a de "caçar o estresse" e lidar bem com ele.

Pesquisadores manipularam níveis de ghrelin em ratos por meio de vários métodos: restrição calórica prolongada, injeções dos hormônios e uma modificação genética que torna os ratinhos insensíveis aos efeitos do ghrelin.Os animais que tinham a atividade do hormônio limitada pareciam deprimidos.

Se empurrados em águas profundas, não faziam qualquer esforço para nadar. Ao introduzí-los em um labirinto, eles ficavam na porta de entrada. E, quando colocados com outros ratos, tendiam a ficar sozinhos.

Esses comportamentosforam revertidos quando os ratos receberam uma dose baixa de anti depressivos comumente prescritos para o homem. Em contraste com estes fatos, os camundongos com elevados níveis de ghrelin nadavam energicamente em águas profundas, procurando escapar.

Eles exploravam avidamente novos ambientes e eram muito mais sociáveis. Os ratos são bons análogos para os seres humanos em testes como esses. O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, entre outras organizações, foi publicado pela edição de julho da revista Nature Neurociências.

Vida Selvagem - Os pesquisadores acreditam que o fato da fome induzir à felicidade é uma medida adaptativa. Obter alimento, especialmente no estado selvagem, exige concentração, percepção aguçada e, muitas vezes, cooperação.

Se a fome fizesse o homem andar por aí com medo, seria bem provável que ele se tornasse o jantar de alguém. Em vez disso, o ghrelin o motiva e estimula a tentar conseguir alguma comida. A fome não é o único fator estressante que provoca o aumento do ghrelin. A ansiedade social também pode estimulá-lo.

Quando ratos foram colocados em convivência com outros mais velhos que os intimidavam (como os seus líderes), os níveis de ghrelin permaneceram altos durante semanas. O fato de algumas pessoas se superarem quando estão sob pressão pode ser atribuído a um nível elevado de ghrelin.

Se o lanche induzido pelo estresse é evitado, a pesquisa sugere que os níveis de ghrelin permanecem elevados e ajudam a enfrentar o fator estressante com calma, de uma forma eficaz.

Possivelmente viciante - O que dizer quando estamos realmente com fome? Certamente, não há nada divertido sobre isso. "Você não pode ver realmente um efeito anti depressivo depois de ter perdido, digamos, 10 ou 15% do seu peso corporal", disse o pesquisador Michael Lutter, do Centro Médico da Universidade do Sudoeste doTexas.

Mas uma vez que você está recebendo ajuda regular a partir de ghrelin, isso poderia tornar-se um vício - o que pode explicar porque anoréxicos têm tanta dificuldade em se recuperar.Isto também poderia explicar o Movimento de Restrição de Calorias (CR).

Os devotos da CR estão motivados, pelo menos no início, por estudos que mostram que os animais que comem de 20 a 30% menos do que considera-se adequado têm a vida prolongada, mesmo que isso também - de acordo com o Jornal daAssociação Médica Americana - resulte em perdas ósseas e musculares, fadiga, constipação, tonturas e outros sinais de má saúde.

Mesmo que os efeitos anti-envelhecimento da CR provavelmente operem através de um mecanismo diferente, o pesquisador afirma que não ficaria surpreso se a dieta prolongada da CR também desse um impulso ao humor.

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