segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Amor, sexo e o novo conceito de fidelidade...

Se você traísse seu marido, admitiria isso a um pesquisador ? Eis um dos maiores desafios no estudo científico do casamento, que ajuda a explicar por que pesquisas diferentes obtem estimativas tão díspares sobre a infidelidade.

Pesquisas realizadas pessoalmente tendem a subestimar a incidência real do adultério, pois as pessoas relutam em admitir tal comportamento, e não só ao conjuge.

Uma pesquisa feita com 4.884 mulheres casadas, usando entrevistas pessoais e questionários por computador mostraram que : na entrevista pessoal só 1% admitiu ter traído seus maridos nos 12 meses anteriores e 6%, na pesquisa feita por computador, admitiram.

Mas novos estudos sugerem mudanças surpreendentes no cenário conjugal. A infidelidade parece estar em alta, principalmente entre homens mais velhos e jovens casais. As mulheres estão superando uma disparidade : as mais jovens já traem quase tanto quanto os homens.

Os dados mais consistentes sobre a infidelidade vem da Fundação Nacional de Ciências, da Universidade de Chicago mostram que cerca de 10% das pessoas casadas - 12% dos homens e 7% das mulheres - dizem ter mantido relações sexuais extraconjugais no ano anterior.

Uma análise detalhada dos dados de 1991 a 2006 revela mudanças surpreendentes. Os pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que a prevalência dos homens com mais de 60 anos que já foram infiéis em algum momento da vida subiu de 20% em 1991 para 28% em 2006. Para as mulheres com mais de 60 anos, o aumento é mais notável : de 5% para 15%.

Há várias teorias para o aumento da infidelidade. Para os mais velhos , surgiram novas drogas e tratamentos que estimulam a vida sexual e, às vezes, a traição. Vide o Viagra e outros medicamentos contra a disfunção erétil; os suplementos de estrogênio e testosterona para manter a saúde vaginal e a libido da mulher; e até avanços em prótese de quadril.

Entre casais jovens, a crescente disponibilidade da pornografia pela internet, que afeta as atitudes sexuais e a noção sobre o que é um comportamento "normal", pode estar vinculada ao aumento da infidelidade.

Segundo Helen Fisher, professora de Antropologia da Universidade Rutgers, Nova Jersey, os homens querem pensar que as mulheres não traem e as mulheres querem que os homens pensem que elas não traem, e assim os sexos fazem um jogo psicológico. A infidelidade existe em todas as culturas. Homens com múltiplas parceiras são habitualmente considerados viris, enquanto as mulheres são consideradas promíscuas.

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