sexta-feira, novembro 20, 2009

Um livro que não acaba : Kindle

Quantos livros, revistas e jornais você carrega na bolsa ou na mochila? Quantas vezes você não se arrependeu de ter deixado um deles em casa, por causa do peso? E com que frequência quis lembrar de algum artigo que leu em algum lugar e não consegue mais localizar ?

Nas próximas semanas, os brasileiros poderão experimentar a mesma sensação que os americanos desfrutam desde 2007: carregar sua estante de livros dentro de um aparelho de 290 gramas e as dimensões de um gibi, com mecanismo de busca e espaço para anotação.

A Amazon, maior livraria do mundo, anunciou que está ampliando a venda do Kindle, seu leitor de livros eletrônicos, para mais cem países do mundo. Mais do que um equipamento munido de uma tela e capaz de guardar 1.500 arquivos digitalizados, o Kindle representa uma revolução no modo como lemos.

Ela representa uma possível união entre a universidade prometida pela internet e a privacidade oferecida pelo livro. E consegue fazer isso com um modelo de negócio, herdado do mundo da música, que facilita a disseminação de conteúdo, mas garante a remuneração do criador, e portanto , o incentivo à produção.

Assim como nos IPods, da Apple, o usuário compra um aparelho e ganha o direito de usufruir um serviço de compra de conteúdo. No caso do Kindle, é possível comprar mais de 200 mil títulos do próprio aparelho, que recebe os arquivos por uma rede 3G , a mesma usada no celular.

Esteja em Paris, Mumbai ou São Paulo, você pode pensar num livro e começão a lê-lo em menos de 60 segundos.

O modelo que chegará ao Brasil é o equivalente à segunda geração do aparelho vendido nos Estados Unidos : Kindle 2.

Apenas algumas alterações internas foram feitas para que ele pudesse acessar a rede global da operadora AT&T, chamada Whispernet, que ficará responsável pela transmissão do conteúdo.

Para fazer a reserva é preciso preencher um cadastro no site da Amazon e ter um cartão de crédito internacional. O preço será padrão para o modelo internacional , de US$ 279 mais os impostos relativos à importação de aparelhos eletrônicos. Aqui no Brasil, além dos US$ 279, o internauta terá de pagar US$ 21 de taxa de envio e US$ 285 de tarifas de importação, totalizando US$ 585 ( cerca de R$ 1 mil). É mais ou menos o preço de um smartphone.

O aparelho é mais que um leitor eletrônico, é um agente subversivo. Pela facilidade de uso e pelo conforto da tela, o Kindle tem o potencial para quebrar a relação que estabelecemos com o papel desde 1439, quando o alemão Johannes Gutenberg inventou a prensa. É uma revolução parecida com a catalisada pelos primeiros IPods.

Antes deles, já havia formatos de música digital. Mas foi preciso um aparelho charmoso, acessível e fácil de usar, ligado a uma loja virtual, para desvincular a música dos CDs. A partir do IPod , musíca virou um arquivo digital, que qualquer um pode baixar na internet, copiar, gravar, multiplicar, distribuir. E piratear. Antes do IPod, poucos aficionados se orgulhavam de ter uma discoteca com 10 mil discos em casa. Hoje dá pra levar isso no bolso.

E essa transformação que vai mudar a forma como consumimos livros, jornais e revistas. A partir de agora, entramos em uma nova era de acesso ao conhecimento.

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