segunda-feira, junho 23, 2008

A face do medo é explicada...

Todo mundo conhece a face do medo. Frente ao assassino que segura a motoserra em um filme de terror, a mocinha em apuros normalmente arregala os olhos e expande as narinas horrorizada.

Anteriormente se pensava que as expressões faciais mais fáceis de reconhecer tinham função meramente comunicativa e social entre os seres humanos. Mas, cientistas descobriram que esta expressão, a do terror, não é apenas coisa de cinema, mas realmente serve uma função biológica ao alterar a maneira que os sentidos percebem o mundo.

A nova hipótese afirma que mudanças na expressão levam a diferentes quantidades de entrada de dados sensoriais. É o que afirma Joshua Susskind, psicólogo graduado pela Universidade de Toronto que trabalhou no estudo testando a função das expressões faciais.

"A idéia e que o medo é para a vigilância. Você pode esperar que as mudanças no rosto, como nos olhos arregalados, possam ser características do medo porque você está tentando obter mais informações do seu ambiente."


Olhos semi-cerrados e nariz fechado


Para testar esta hipótese, Joshua e seu colaborador, Adam Anderson, e outros colegas usaram imagens de rostos de pessoas que posavam com expressões associadas ao medo e repulsa. Usando modelos estatísticos, a equipe analisou as faces e descobriu que duas expressões produziam os efeitos faciais opostos.

Em seguida os cientistas testaram que funções estas mudanças faciais serviam. Eles tomaram diversas medidas de percepções sensoriais como volume de ar inalado, largura do campo visual e da visão periférica e a velocidade rasteamento visual. Os pesquisadores perceberam que as expressões de medo fizeram com que os voluntários respirassem mais ar, tivessem o campo de visão maior e pudessem rastrear objetos mais rapidamente.

"Nós descobrimos certos padrões na maneira que os rostos mudam entre o medo e a repulsa", disse Joshua. Estas mudanças foram bastante consistentes com a idéia de que o medo expande as superfícies sensoriais. A repulsa parece produzir o efeito oposto, contraindo a entrada sensorial."

Quando as pessoas expremem os olhos em aversão e fecham as narinas elas vêem menos e sentem menos odores.

"Nós estamos afirmando que estas emoções são opostas tanto nas aparências quanto nas funções. Uma é a necessidade de pegar mais informações e a outra é a necessidade de rejeitar informações".


A idéia de Darwin

Darwin foi o primeiro a sugerir que expressões emocionais poderiam haver evoluído por alguma razão.
Segundo Joshua, elas não são simbólicas ou arbitrárias e tem um propósito : aumentam as chances de que a espécie animal sobreviva.

Darwin e outros teceram teorias de que as expressões de felicidade (sorriso) e tristeza (franzir a testa) podem ter funções sociais, ao comunicar as emoções internas que alguém sente.

Mais tarde alguns cientistas descobriram que as expressões de emoção são extremamente similares entre diversas culturas : horror e repulsa são iguais em paulistanos e nigerianos. Também descobriram que pessoas de diferentes culturas podem reconhecer emoções como alegria, raiva e surpresa em outros rostos, mesmo que não compartilhem o mesmo idioma.

O fato de que as expressões emocionais parecem ser universais levou os cientistas a deduzirque elas não eram usadas apenas para comunicação e propósitos sociais , mas também serviam para uma função biológica adicional de adaptação.

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