Lei Seca

Vejam isto...


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Lei seca: motoristas enfrentam blitze

(Maristela Orlowski)


O teste de Leandro Marçal apresentou apenas 0,01 mg/l. Ele não bebe, assegura: "A única coisa que usei foi enxaguante bucal".

O bancário, de 25 anos, é favorável à nova lei.Não tem mais desculpa. O cerco está armado para os motoristas que dirigem sob efeito de álcool - mesmo aqueles que dizem ter bebido apenas uma dose.

Até as 22 horas de ontem, três pessoas foram autuadas por infração de trânsito, pois apresentaram entre 0,10 e 0,29 miligramas por litro de ar expelido no teste do bafômetro.

Neste caso, considera-se que elas estavam embriagadas. Apenas uma passou do limite de 0,30 mg/l, o que é considerado crime. "Ela apresentava 0,40 mg/l", disse o tenente Sérgio Marques, da Divisão de Fiscalização da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), coordenador da Operação Direção Segura.


Cerca de 60 policiais militares participaram da blitze realizada em sete pontos estratégicos da Capital. A operação teve início às 20h30 e seguiu até as 3h de hoje. O primeiro turno - entre 20h30 e 22h - ocorreu em três ruas localizadas na região central: Aurora, Mauá e Timbiras. A iniciativa é uma tentativa de fiscalizar o cumprimento da lei 11.705, em vigor desde o último dia 20, que regulamenta os níveis de tolerância de álcool e prevê penalidades mais severas para quem dirige depois de beber.


Happy hour cara - Meia dose de uísque com gelo foi o suficiente para causar uma grande dor de cabeça a C. (que não quis ser identificado na matéria), de 28 anos. "Eu estava em um happy hour com meu gerente, que chegou do Rio de Janeiro. Raramente bebo uísque", disse o vendedor. Ele apresentou exato 0,10 mg/l, o que implica multa de R$ 957,65 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. "Eu tive conhecimento da lei nesta semana pela internet, mas não pensei que uma dose tão pequena fosse surtir efeito."


Por outro lado, o teste do bafômetro de Leandro Marçal apresentou apenas 0,01 mg/l. "Não bebo absolutamente nada. A única coisa que fiz foi usar enxaguante bucal", disse o bancário, de 25 anos, que concorda plenamente com a nova lei. "É um constrangimento ser parado em uma blitz, mas a medida é importante. Algo tem de ser feito para reduzir as mortes no trânsito".


Conforme explica a 2ª tenente feminina Camila, as operações são montadas em pontos estrategicamente mapeados da cidade. "São locais onde a incidência de acidentes de trânsito é maior por conta de motoristas embriagados", explicou. Geralmente, são vias próximas a pontos de grande concentração de bares, como a Vila Olímpia, na zona sul, a Vila Madalena, na zona oeste, e a Praça Sílvio Romero, na zona leste.


Espiões - Policiais à paisana também devem entrar em ação. "É um policiamento que não é fardado", diz o major Ricardo Fernandes de Barros, comandante interino do 34º Batalhão de Trânsito. A intenção da polícia não é flagrar os motoristas em bares e restaurantes movimentados da cidade, mas ajudar no planejamento dos melhores locais para as operações serem feitas". A polícia conta com 15 bafômetros na Capital.

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