segunda-feira, agosto 25, 2008

Cientistas comprovam eficiência de métodos contra rugas

Ao longo dos 10 últimos anos, pesquisadores no campo da dermatologia vêm descobrindo que tratamentos efetivamente funcionam, e por quê.
A chave para isso é a crescente compreensão quanto ao tecido conectivo da pele, conhecido como colágeno dérmico, e o reconhecimento de que os danos às propriedades mecânicas do colágeno localizado fora das células de pele, e não necessariamente danos genéticos às células em si, é que respondem pela pele enrugada.
Uma recente revisão de diversos estudos, publicada pela Archives of Dermatology, conclui que três tratamentos de combate ao envelhecimento provaram sua efetividade em testes clínicos: a aplicação tópica de retinol; reconstrução de superfícies por laser de dióxido de carbono; e a injeção de ácido hialurônico, um ácido que retém umidade e ocorre naturalmente na pele. Cada um deles depende do mesmo mecanismo - a interação de células de pele conhecidas como fibroblastos com o colágeno que elas produzem.

"Trata-se de uma área em que existe muito exagero e não muita substância", afirma David Leffel, professor de dermatologia e cirurgia na Universidade Yale. Ele afirma que o estudo "é sólido em termos científicos".

Teorias e experiências científicas oferecem sustentação a esses tratamentos, escrevem os autores. Os fibroblastos - células conectivas da pele - excretam um grupo complexo de polissacarídeos e proteínas que criam o colágeno, o qual dá forma e elasticidade à pele e sustenta os vasos sangüíneos que a permeiam. A rede de tecido colaginoso é mantida pela tensão mecânica com essas células de pele.
A pele deteriora à medida que envelhece, mas sua exposição à luz do sol inibe a capacidade dos fibroblastos para produzir colágeno.
Mãos, rosto, pescoço e a porção superior do peito sofrem mais do que a pele que fica protegida, e pessoas de pigmentação clara sofrem mais do que as demais.
Esses danos representam em essência uma versão acelerada do envelhecimento cronológico. A radiação ultravioleta na luz solar induz à produção das mesmas enzimas que degradam o colágeno com o passar dos anos.
As fibras de colágeno duram até 30 anos. Mas com a idade e a exposição ao ultravioleta, elas se deterioram e fragmentam, e o colágeno fragmentado prejudica as funções de produção de colágeno dos fibroblastos dos quais se origina.
À medida que o colágeno fragmentado se acumula, a produção de colágeno novo se reduz, as conexões entre o colágeno e os fibroblastos enfraquecem e a pele, à qual passa a faltar sustentação, começa a se enrugar.
Mas existem tratamentos capazes de combater esse processo. A aplicação tópica de retinol, uma forma de vitamina A, foi o primeiro método a ser provado como eficaz.
Ainda que os percursos moleculares ainda não sejam compreendidos com perfeição, o retinol faz com que colágeno novo se forme na pele envelhecida cronologicamente e na pele danificada pela luz ultravioleta.
Cremes de pele contendo retinol estão disponíveis para venda sem receita, mas muitos deles não indicam nas embalagens o grau de concentração em que o princípio ativo está presente. "Muitos desses produtos mencionam retinol ou vitamina A como forma de publicidade", disse Gary Fisher, o principal autor da revisão, professor de dermatologia na Universidade do Michigan.

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