terça-feira, janeiro 02, 2007

A força do elogio

Pessoas equilibradas sempre se contentam com um elogio.

O ato de estimularmos nossos semelhantes com palavras de louvor, emite ondas eletromagnéticas de natureza construtiva e em troca recebemos também as que nos vêm em retribuição.

Se desejamos favorecer nossa convivência é preciso, pois, dizer coisas boas e aplicar nisto uma entonação de voz igualmente amena.

De forma oposta, as expressões ríspidas, de ofensa ou menosprezo, provocam exatamente o contrário, ou seja, o negativo.

Mesmo homens de significativa notoriedade enfrentam sérias dificuldades em razão da forma impaciente e carente de elogios, depreciativas em relação a outras pessoas.

Dentre os referidos, a título de exemplo, vale lembrar o famoso Michelangelo, o médico ilustre Paracelso e o sublime compositor Beethoven.

Mesmo sendo de rara inteligência, legando a humanidade contribuições expressivas, os aludidos gênios sofreram em razão da falta de habilidade no trato com as pessoas.

Michelangelo, desde menino rebelde, teve seu rosto lesionado em razão de uma briga provocada por um desafeto ; Paracelso foi tão perseguido que teve que abandonar seu país e Beethoven perdeu sérias oportunidades e amargou arrependimentos pesados de ordem emocional.

Tudo nos mostra que a felicidade se encontra não só satisfazendo o que entendemos como certo, mas, especialmente procurando criar ambientes que proporcionam a felicidade de terceiros e que como retorno nos trazem forças para sermos felizes.

Somos responsáveis pelo que criamos e fazemos.

Recebemos o impacto de nossos procedimentos.

O elogio abre portas, empresta contribuição e acaba por igualmente ajudar-nos em razão de prestar tal benefício.

Existem seres que se julgam tão superiores que não distribuem amabilidade por julgarem que ninguém as merece.

Outros, por omissão , acham que tudo o que de bom recebem ou que alguém faz é mera obrigação.

Fazer bem feito é deveras um dever ético, mas, isto não exclui do executor a satisfação em receber palavras de reconhecimento pelos acertos.

É obvio que nunca se deve confundir elogio com bajulação.

O bajulador é um mentiroso e o adulado um ser vicioso, constituindo a lisonja um ato de dupla falsidade.

Enquanto o elogio tem por fundamento a verdade, a intenção honesta, a bajulação é uma forma de aviltamento.

Ao nosso semelhante devemos respeito e o incentivo sincero é uma forma virtuosa de comportamento.

Por menor que seja o ato a ser louvado ele será sempre maior que a omissão de referência ao mesmo.

Devemos ser fartos em agradecer, mesmo quando a pessoa que em algo nos favoreceu dispense tal atitude ou a entenda como irrelevante.

Normal é que a pessoa ao receber um agradecimento com este se engrandeça e se estimule a realizar constantemente acertos, sentindo-se respeitada e reforçada em seu ego.



(Prof.Dr.Antonio Lopes de Sá - texto publicado em 20/12/2006).

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