quinta-feira, maio 17, 2007

As razões certas que fazem a diferença...

Ontem, li um artigo na Gazeta Mercantil, que dizia : ser a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa são bons motivos mas, não garantem sucesso absoluto, nem profissional, nem pessoal. O que faz o diferencial é a "razão" certa.
Vejam o artigo :


As razões certas fazem a diferença !


Muitos profissionais me perguntam qual o caminho certo para o sucesso. Existe sim um caminho, mas há três fatores fundamentais e que podem dar pistas para explicar uma carreira bem-sucedida: ser a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa. Todos sabem disso.


Porém, assim colocado ainda não conseguimos explicar o por quê de alguns profissionais terem bem mais destaque que outros.


Arrisco afirmar que há um quarto elemento que pode fazer toda a diferença no sucesso de um indivíduo.


Aos fatores acima, há que acrescentar a razão certa.


De nada adiantará o presidente mais preparado, o profissional mais à frente de seu tempo, que trabalha em setor pujante da economia, se esse executivo não tomar suas decisões baseadas em motivos certos.


Trabalhar com foco apenas em dinheiro, status ou poder não traz impacto duradouro nem para a empresa, nem para a satisfação pessoal.


Um bom profissional precisa ter em mente que seu papel é servir ao cliente com genuíno interesse.


Essa é uma razão que faz a diferença na vida executiva. O resto é conseqüência.


Dois exemplos recentes podem ilustrar o que digo: o primeiro foi o desempenho da Seleção na última Copa do Mundo na Alemanha. Era uma equipe formidável, que chegou como favorita.


Pessoas certas (os melhores jogadores brasileiros), no lugar certo (cada um em sua respectiva posição), na hora certa (o momento máximo da carreira de um jogador), mas que desperdiçaram a oportunidade de entrar para a história.


É muito difícil apontar as verdadeiras razões que explicam a falha do quadrado mágico. No entanto, não é difícil inferir que alguns jogadores atuaram por razões erradas.


O que leva uma equipe a competir com êxito em uma Copa é a vontade de vencer e de representar bem seu país.


Quebrar recordes pessoais, negociar contratos milionários, aparecer na mídia podem até ser motivos válidos, mas são razões erradas. Deu no que deu.


Outro exemplo de como os motivos corretos podem influenciar nossas conquistas é o tão esperado milésimo gol de Romário. Desde que o "baixinho" anunciou a vontade de fazer esse gol, o Vasco não ganhou mais nenhuma partida. E por quê?


Mais uma vez, a motivação errada: quem entra numa partida está motivado a jogar pela equipe e ganhar, e não apenas a fazer o gol histórico para um indivíduo.


Pode-se dizer que a carreira executiva é uma grande partida. Poucos se dão conta de que podem ser artilheiros ou verdadeiros líderes se agirem por motivações corretas.


Quando menos percebemos, somos atraídos por caminhos ancorados em sentimentos como glória, egoísmo, poder, dinheiro, entre tantos que, ao final, podem nos levar às ciladas.


Tudo porque ignoramos os verdadeiros valores que deveriam nortear nossa trajetória, especialmente o fato de estarmos aqui para servir ao próximo!


Nos últimos anos tenho entrevistado centenas de executivos para ocupar posições de destaque em grandes companhias.


Uma das perguntas que costumo fazer é: por que você está interessado nesta nova posição?

Tenho ouvido com freqüência preocupante argumentos como "não vejo mais perspectivas no meu emprego", "não estou sendo pago adequadamente" ou "não suporto mais o meu chefe".

Novamente, razões válidas para querer sair do atual emprego, mas não para ingressar na nova empresa.


Sem dúvida, respostas admissíveis, mas calcadas em pressupostos equivocados.


Quando se busca uma nova posição, se quer partir para uma nova fase na vida profissional, no mínimo a pessoa deveria se colocar na posição de quem está em busca de novos desafios para evoluir e contribuir, e não só à procura de uma solução dos problemas que agora o atormentam.


O entrevistador não quer avaliar seu descontentamento no emprego atual e sim averiguar a contribuição que traria à nova empresa, que desafios estaria interessado em abraçar, que brilho novo poderia dar aos negócios de seu contratante, caso fosse o escolhido.


Profissionais excelentes se colocam diante de headhunters, presidentes de empresas, diretores de Recursos Humanos para vender seu peixe e construir nova oportunidade de carreira.


Na hora de tomar decisões, boa parte olhará para os cifrões do contracheque, os benefícios, o nome da corporação, negligenciando (às vezes até contrariando) suas melhores aptidões e vocação (sua voz interna), só para concretizar uma mudança momentânea, às vezes sem substância.


Quando finalmente sentarem na nova cadeira, vão perceber que continuaram no mesmo lugar.


É o caso típico do executivo de multinacional que, cansado da pressão, resolve assumir o comando de uma ONG charmosa imaginando que vai levar uma vida mais mansa, em vez de pautar a transferência pela ambição de melhorar o mundo com suas ações. Já vi este filme antes e o resultado é clássico: frustração.


Tomar decisões e fazer escolhas é uma arte.


O resultado? Realização e felicidade. E para que isso aconteça, ajuda muito fazer as coisas pelas razões certas.


Sem elas, fica difícil chegar à realização plena. Com a razão certa, nem o céu é mais o limite.


Gazeta Mercantil, Vida Executiva, Robert Wong, 16/05/2007

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