terça-feira, maio 29, 2007

Falta de sono afeta carreira ...

Profissionais que dormem pouco vêem rendimento diminuir; no Japão, já existe a sesta reparadora. Dificuldades de concentração no trabalho, excessiva irritabilidade com os colegas e contínua sonolência diante do computador . Sinais de alerta da falta de sono que não dificultam apenas a saúde - prejudicam a carreira.


Trata-se problema contumaz. Pelo menos 40% da população mundial sofrem de algum tipo de distúrbio na hora de dormir, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).


Na Espanha, por exemplo, três em cada dez pessoas padecem de insônia, muitos deles executivos, de acordo com a unidade de transtornos do sono da Sociedade Espanhola de Neurologia e Cirurgia Torácica.

É um grupo fácil de identificar pela "mudança de humor e pela baixa concentração", dois sintomas que o médico Gonzalo Pin, coordenador da unidade do sonho do Hospital Quirón de Valência, destaca como os mais comuns entre os que padecem de algumas das diversas afecções causadas por um mau descanso.

"Existem mais de 80 patologias relacionadas ao sono, que se podem agrupar em três grandes tipos: insônia, excesso de sono durante o dia e condutas anômalas durante a noite", destaca.


No trabalho, a falta de descanso condiciona a atividade de uma forma clara. Perde-se o poder de concentração e de reação que, dependendo da atividade, caso de controladores e operários da construção civil, pode provocar graves conseqüências.

No caso dos executivos, o déficit do sono diminui o rendimento e piora a qualidade do trabalho . Não é à toa que algumas empresas do Japão instauraram a sesta de 20 minutos prática saudável que, conforme estudos, tem capacidade reparadora de três horas.


Qual o número de horas para se ter um descanso de qualidade? César Viteri, doutor do departamento de neurologia da Clínica Universitária de Navarra, acredita que o perfil ideal de sono é individual. "No qual influem, inclusive, fatores familiares", pondera.


"Segundo a pessoa e a idade, a necessidade de dormir varia de 17 horas por dia, caso de um recém-nascido, a seis horas, para quem tem mais de 60 anos", exemplifica Viteri.


Uma das conclusões expressadas por todos os especialistas é que existe pouca cultura do sono, não só na Espanha, mas em vários países. "É preciso promover uma educação melhor sobre a importância de um descanso reparador", opina Viteri, que percebe que na sociedade atual se dorme pouco.


Contribui para isso, além do estresse no trabalho, a agitada vida social noturna.
As mais comuns das conseqüências negativas são a apnéia do sono e a insônia, ressalta o médico Manuel García de León, o diretor da unidade do sono do hospital La Milagrosa, de Madri. Quem padece de apnéia não obtém descanso restaurador e se vê interrompido por episódios nos quais suspende a respiração durante alguns segundos.


Quanto à insônia, existem várias classes, esclarece García de León. "As que se devem a causas externas, como uma casa com ruídos, por exemplo; as vinculados com a existência de enfermidades psicossomáticas, que produzem dor; as do tipo psiquiátrico", enumera.


"Mas as mais habituais são aquelas de pessoas que têm dificuldade para relaxar do trabalho, com um nível de alerta elevado, que reagem ao menor estímulo", garante León.


Gazeta Mercantil, Vida Executiva, 24/05/2007

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