segunda-feira, agosto 17, 2009

Mulher capacho




Submissão. A palavra assusta tanto quanto invoca negação. Quem usa do artifício para manter um amor (doentio, às vezes), nega com todas as forças que esteja em segundo plano. E a impotência para se livrar de uma relação assim e recomeçar com bases saudáveis é mais difícil do que se imagina.

Sônia Abrão recentemente lançou um livro para tratar do assunto.

“Abaixo a mulher capacho”, trata daquelas mulheres que fazem qualquer coisa para não perder um “amor” e acabam pagando um preço alto por isso: o de pisar em seus próprios sentimentos. E pior, permitir que o outro faça o mesmo! Essa confusão de sentimentos gera o que ela chama de ‘síndrome da mulher capacho’, com sintomas de esmola afetiva e sofrimento como única saída.

A psicóloga e terapeuta familiar Marina Vasconcellos, diz que esse é um problema diretamente relacionado à baixa autoestima e carência, principalmente daquelas inseguras quanto ao próprio potencial. Elas ficam eternamente esperando que o outro a deixe, a qualquer momento.

“O medo do abandono faz com que elas façam tudo pelo outro. É preciso agradar o companheiro em tudo e, caso ele não concorde com algum desejo ou vontade dela, isso será imediatamente deixado de lado, para evitar contrariar o amado”, analisa.

Aí, os desejos dela ficam anulados e as vontades próprias deixam de ser importantes. Segundo Marina, a infância pode ter papel crucial nesse comportamento. “A falta de incentivo, elogio e reconhecimento do potencial na infância, assim como da atenção e do olhar dos pais, deixam uma grande lacuna na autoestima”. E, como consequência, muitas mulheres passam a vida cuidando do outro na tentativa insana de dar a ele o que elas mesmas não receberam.

“Abaixo a mulher capacho” de Sônia Abrão

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