domingo, dezembro 30, 2007

Cenas de um casamento às escuras...



Na Índia, principalmente no interior, os casamentos ainda são arranjados entre famílias de mesma casta. Proibido pela Constituição, o sistema ainda é uma realidade, depois de uma consulta aos anciãos e até a astrólogos.

Os noivos raramente se encontram antes da cerimônia - e em hipótese alguma ficam a sós.
As festas costumam ser grandiosas, de acordo com o status das famílias - mesmo entre os mais pobres há banquetes de comemoração e seguem praticamente nos mesmos moldes, carregadas de rituais e simbolismos, há mais de dois mil anos.

Os pais da noiva ainda têm de oferecer um dote por ela, geralmente economizado desde seu nascimento. Mais ou menos como no filme Um casamento à Indiana (2001), de Mira Nair.

A sociedade patriarcal determina que a mulher vá morar na casa do marido depois do casamento e se submete às ordens da familia adotiva. Se quiser, o marido pode, ainda, trocar o nome dela. Algo como se, por puro capricho.

A privacidade do casal é mínima. Se há alguma desavença entre eles, os familiares são chamados para resolver o problema. E o divórcio é tão impensável que nem há uma palavra equivalente em hindu.

Como na Índia as diferenças são gritantes de um canto à outro do país, em julho foi anunciado que no Estado de Uttar, predominantemente muçulmano, são permitidos casamentos pela Internet e divórcios por mensagens de texto do celular - entre os islâmicos, fique claro!

A justificativa é que os casamentos pela WEB atendem a uma necessidade dos tempos modernos.

Aí eu pergunto : Como é que pode um povo ter dois pesos , duas medidas? Primeiro, um casamento onde os noivos nunca se encontraram e a familia é que escolhe. Depois, casamento pela internet... quem quiser comentar, esteja à vontade...

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