domingo, maio 03, 2009

Reinventando a velha forma de ir a pé pra escola

Todas as manhãs, cerca de 450 alunos percorrem 17 rotas de ônibus escolares que dão acesso a dez escolas primárias em Lecco , no extremo sul do Lago Como, na Itália. Só que não há um só ônibus escolar.

Em 2003, para enfrentar a tripla ameaça de obesidade infantil, dos congestionamentos e do efeito estufa provocado pelas emissões dos carros, um grupo ambiental local propôs um conceito retrô-radical : que as crianças fossem à escola andando.

Criou-se então um piedibus" (mistura em italiano de "pé" e "ônibus"), um trajeto em que há motorista, mas não há veículo. Todas as manhãs, funcionários pagos e pais voluntários com trajes amarelos guiam fileiras de alunos pelas ruas sinuosas de Lecco.

Na escola Carducci, cem crianças ou mais da metade dos alunos, atualmente usam o "piedibus". Muitas costumavam ir de carro e agora percorrem a pé o percurso de aproximadamente meio quilômetro.

Embora cada rota seja curta, os "piedibus" já eliminaram mais de 160 mil quilômetros de deslocamento de carro, evitando a emissão de milhares de toneladas de gases do efeito estufa, segundo o auditor ambiental do município, Dario Pesenti.

Nos Estados Unidos e na Europa, especialistas dizem que cada vez mais crianças são levadas de carro para a escola, significando uma parcela considerável das emissões de carbono pelo transporte.

Em 1969, 40% dos estudantes norte-americanos iam à escola a pé. Em 2001 caiu para 13%.
Um dos fatores é que cada vez mais gente tem carro, a redução no serviço de ônibus escolares, por causa de cortes nos orçamentos das escolas e o declínio das escolas de bairro, com o decorrente aumento das opções de escolas, o que leva os alunos a frequentemente viverem mais longe do lugar onde estudam.

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