quarta-feira, agosto 08, 2007

Conservatória, a Capital Mundial das Serestas e das Serenatas...


Neste fim de semana estive em Conservatória, com um grupo de amigos. Fomos na sexta-feira à noite, chegamos às duas horas da manhã e saímos às quinze horas do domingo.

"Conservatória não é um lugar comum, desses que a gente encontra pelo mundo afora. Conservatória é uma "cidade-resistência", um patrimônio da verdadeira cultura brasileira. Conservatória cheira a poesia, a bom gosto, a amor. Um cheiro que contamina de prazer a quem aspira os seus versos.Em Conservatória, a gente descobre o verdadeiro sentido da beleza, da paz e da brasilidade".



Mágica, simpática e hospitaleira, Conservatória - também conhecida como "Pedacinho do Céu" - está escondida num cantinho da serra fluminense, a 120 quilômetros da capital do RJ. Todos os finais de semana, a seresta espalha a paz e encantamento nos corações apaixonados, mantendo vivas as chamas do amor, do sonho, da poesia e de algumas importantes tradições.


Locomotiva da velha estrada-de-ferro; cartão postal de Conservatória. Suas casas, do século XIX, em estilo colonial, são tombadas pelo Patrimônio Histórico.A estação ferroviária inaugurada por D. Pedro II, em 1883. Ponte dos Arcos, construída pelos escravos. Serra da Beleza: precisa dizer mais alguma coisa?

Um pouco da sua história


A fundação da Aldeia de Santo Antônio do Rio Bonito iniciou-se em 1789 por ordem do Vice-Rei Luiz de Vasconcelos e Souza. A princípio, Conservatória era um aldeamento dos índios Araris. Mais tarde passou a ser chamada de Conservatório dos Índios e finalmente Conservatória - a "Capital Mundial da Seresta".


Várias novelas de televisão foram gravadas em Conservatória: O Feijão e o Sonho, Escrava Isaura, Sinhá Moça, uma pequena parte de Cambalacho, Salomé e A Viagem. A primeira iluminação pública de Conservatória foi a querosene em 1885. Essa iluminação perdurou até 1918, quando chegou a iluminação elétrica.


A construção das casas obedece ao padrão tradicional arquitetônico do século XIX. Nenhuma casa pode ser construída ou demolida sem a autorização da Prefeitura. A Ponte dos Arcos - um dos pontos turísticos da cidade - é uma construção feita pelos escravos entre os anos de 1880 a 1883. A ponte é toda elevada em cantaria, óleo de baleia, chumbo fundido, areia, ferro e pedras.


O óleo de baleia tinha como finalidade dar liga às pedras, já que naquele tempo não existia o cimento. A ponte foi construída para dar passagem à antiga estrada de ferro, sendo desativada em 1961 no governo Jânio Quadros. Mede 55 metros de comprimento, 12 metros de altura e 4 metros de largura.


Mas é na base da alegria e das serestas que Conservatória é hoje a mais famosa cidade do país, quando se fala em "poesia cantada". As casas em Conservatória são encontradas pelos carteiros não pelo número, mas por uma plaquinha com o nome de uma música. Quase todas são assim. Então você vai à rua das Flores na casa Chão de Estrelas ou na casa Luar de Paquetá, Saudosa Maloca, Maringá, Iracema, etc.


Se visitada de segunda à quinta-feira, Conservatória não despertará tanto a sua atenção. Ela cochila esperando o entardecer da sexta-feira, fazendo-se confundir com um vilarejo comum, desses tantos que existem perdidos no interior. Porém, quando chega a sexta-feira, as coisas se modificam porque Conservatória recebe centenas de visitantes, de todas as partes do país, que saem dali extasiados com tanta arte, poesia, dedicação e amor.



A população local, hospitaleira e tranqüila, passa à condição de minoria absoluta, pois os turistas estão em todos os lugares: nas lojas, nas calçadas, na igreja... enquanto os mais aventureiros partem para caminhadas, escaladas, banhos de cachoeira. asilidade."






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