quarta-feira, janeiro 16, 2008

Momentos de reflexão ...

A vida transfere aquilo que lhe oferecemos . Neste final de ano estava comprando carne para um churrasco em um açougue de Itaipava, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, um pequeno negócio, extremamente bem-sucedido, e me deparei com a seguinte "pérola", atribuída a Albert Einstein:

"A vida não dá, nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo que ela faz é transferir aquilo que lhe oferecemos". É claro que, com minha curiosidade de pesquisador, fui logo perguntar ao proprietário por que ele havia colocado aquele pensamento em um quadro na parede e o que ele significava para a sua vida.

Sua resposta foi magnífica:
"Ora doutor, este é o resumo do sucesso e do bem-estar da vida. Nós temos que dar para depois receber. A vida é uma relação de trocas. Pena que amaioria se sinta injustiçada e perseguida, porque a vida não está oferecendoo que ele/ela quer".

E concluiu a sentença, mais ou menos desta forma:
"Não adianta ficar parado, é oferecendo o que a vida transfere".

Vindo de uma pessoa humilde, a justificativa ganha força ainda maior. Tal fato comprova nossa tese que nossas crenças e valores, aquilo que realmente pensamos, são parte muito importante de nosso capital intelectual, em patamar praticamente similar à educação e ao conhecimento.

Imediatamente, comecei a ligar esta reflexão a várias outras, que usamos freqüentemente em nossas palestras e trabalhos de coach. A primeira delas, muito conhecida, foi formulada por Milton Friedman "There is no free lunch"("não há almoço grátis").

Outra é bastante usada pelos profissionais da área esportiva, que costumam dizer "no pain, no gain" ("sem dor, não há avanço").Os cristãos também usam a metáfora de que Cristo não chegaria a Deus sem o calvário.

Para a nossa realidade brasileira, acho este paradigma fundamental: sãonecessárias a doação e o comprometimento para se alcançar o objetivo. Mais uma vez, Bernardinho nos ensina:
"O prazer pelo treinamento tem que ser maior do que o prazer pela vitória".

Seguindo esta linha de raciocínio, precisamos entender que "a vida são os ecos dos sons que emitimos para o mundo; se estamos recebendo ecos diferentes do que queremos, temos queanalisar que sons estamos emitindo".

O primeiro passo para esta postura é ter a crença de que somos efetivamente responsáveis por nossa vida, o que não só não é fácil, como não faz parte de nosso modelo mental. A outra dificuldade consiste em perceber as nuances destes ecos.

Nos esportes é mais fácil : ganhamos ou perdemos, somos campeões ou "lanternas". Mas na vida profissional e pessoal esta análise tem que ser muito mais cuidadosa - e até sutil. O estado de auto feedback permanente é ciência, e é arte.

Mas isto fica para nossa próxima coluna. De qualquer modo, fique atento ao que o mundo está lhe transferindo: se estiver longe do que você quer, analise com cuidado e muita maturidade o que você está lhe oferecendo.


(Gazeta Mercantil/Vida Executiva/Marco Aurélio Ferreira Vianna - 15/01/2008)

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