quarta-feira, novembro 26, 2008

Amor, Sexo e o novo conceito de fidelidade

Uma pesquisa realizada pela Universidade do Colorado e da Universidade A&M, do Texas, avaliou 4.884 mulheres casadas, usando entrevistas pessoais e questionários por computador. Nas entrevistas, 1% admitiram ter traído seus maridos nos últimos 12 meses. Pelo computador, 6%.

Novos estudos sugerem mudanças surpreendentes no cenário conjugal. A infidelidade parece estar em alta, principalmente entre homens mais velhos e jovens casais. As mulheres estão superando uma disparidade : as mais jovens já traem quase tanto quanto os homens.

Pode-se perceber que a infidelidade aumenta quando a pesquisa é feita examinando as faixas etárias e gêneros.

Uma análise detalhada dos dados de 1991 a 2006 revela mudanças surpreendentes. Pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que a prevalência dos homens com mais de 60 anos que já foram infiéis em algum momento da vida subiu de 20% em 1991 para 28% em 2006.

Para as mulheres com mais de 60 anos, o aumento é mais notável : de 5% para 15%.

Há várias teorias para o aumento da infidelidade. Para os mais velhos, surgiram novas drogas e tratamentos que estimulam a vida sexual e, às vêzes, a traição. Aí estão o Viagra e outros medicamentos contra a disfunção erétil ; os suplementos de estrogênio e testosterona para manter a saúde vaginal e a libido da mulher e até avanços em próteses de quadril.

Entre casais jovens, a crescente disponibilidade da pornografia pela internet, que afeta as atitudes sexuais e a noção sobre o que é um comportamento "normal", pode estar vinculada ao aumento da infidelidade.

Mas uma aparente mudança na fidelidade feminina desperta mais interesse entre os pesquisadores. Parece que os homens estão se vangloriando da traição e as mulheres estão mentindo para todo mundo, inclusive a si mesmas. Os homens querem pensar que as mulheres não traem e as mulheres querem que os homens pensem que elas não traem e assim os sexos fazem um joguinho psicológico.

A infidelidade sempre existiu em todas as culturas e nas sociedades caçadoras e coletoras não há sinal de que a mulher seja menos adúltera que o homem. A disparidade na fidelidade pode ser mais explicada por pressões culturais do que por diferenças reais na libido.

Homens com múltiplas parceiras são habitualmente considerados viris, enquanto as mulheres são consideradas promíscuas. E, historicamente, as mulheres estiveram isoladas no campo ou em casa, com filhos, o que lhes dava poucas oportunidades de trair.

Hoje, mulheres casadas podem ficar até tarde no escritório ou viajar a trabalho. E mesmo as que ficam em casa têm celulares e e-mail para desenvolver relacionamentos mais íntimos, segundo terapeutas do casamento.

O psiquiatra Frank Pittman, de Atlanta, especialista em crises familiares e terapia de casais, diz ter notado que mais mulheres falam em romances centrados no contato "eletrônico". A ênfase é menos no sexo do que na abertura, na intimidade e na revelação de segredos.

"Todo mundo fala ao celular, e a relação evolui porque você se torna cada vez mais distante daquele para quem você mente, e cada vez mais próximo daquele a quem diz a verdade".

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